quinta-feira, 23 de maio de 2013

Colorful



à você, Olhos Brilhantes

O dia costumava ser muito cinza, antes de eu te encontrar. Ou será que foi você que me encontrou pra me mostrar suas cores? Mas isso não importa! O importante é que você chegou!Trouxe suas cores e, pequena, eu gosto tanto delas. Eu sei que ainda não posso ver todas as suas matizes, porque você ainda não se permitiu mostrar. Mas, um dia, eu vou vê-las! Todas! Primárias, secundárias, terciárias, neutras!
Me mostre os efeitos delas, monocromáticos, policromáticos!
Me mostre em todas as suas tonalidades!
Me mostre em todas as temperaturas!
Menina, eu gosto tanto das suas cores!
Eu pedi tantas vezes pra você ficar perto, porque eu gosto de te ter por perto. Gosto desse prisma que você traz nos olhos. Não se engane, não é um caleidoscópio. É um prisma! Veja a diferença entre eles.
Gosto dos teus olhos, grandes coloridos, expressivos, atentos, brilhantes.
Viu só como é um prisma?!

E os seus cabelos? Compridos, ondulados, volumosos, castanhos. Tem uma cor tão bonita e combina tão bem com todo o resto. Combina com os raios de sol, com a cor da sua pele, assim bem clara, como já definiu Fitzgerald anos atrás.
Gosto dos teus cabelos perdidos, espalhados, confusos, sobre o meu corpo.
E tua pele? Ah, tua pele! Com as poucas imperfeições mais perfeitas que já pude ver, sentir, tocar. Imperfeições bobas. São essas que a gente vai ganhando quando vai envelhecendo. Não! Não se preocupe, pois não falo de rugas de expressão, nem nada disso.
E a cor da sua pele? Fitzgerald definiu tão tecnicamente, eu sei! Mas eu defino de outras forma. É o tom certo pra combinar com o meu. O tom certo que os meus olhos gostam tanto de ver. O tom certo que minhas mãos gostam tanto de tocar.

Há tantas cores em você. Em todas as partes.
Eu gosto tanto quando as cores dos teus olhos se unem com as cores do seu riso, com as cores da tua boca, por inteira.
Gosto das cores do teu cheiro e da tua respiração!

Deixa eu ver todas as suas cores!
Confie em mim! Eu não quero roubá-las pra mim.
Só quero vê-las. tê-las misturadas, unidas, impregnadas às minhas.
Deixa eu ter todas as suas cores!
Deixa eu brincar de me pintar com elas!
Mancha, macula, enodoa, suja o meu corpo com as tuas cores!
Me transforme na tua aquarela!




quarta-feira, 22 de maio de 2013

Meu rico amor


Meu rico amor, você sempre foi triste assim? Angustiado?
Sempre assim, eufórico? Confuso e desesperado?
Com essas cores lindas, mas inquietas?
Você sempre foi essa onda?
Ah, eu sempre te vi tão calmo, tão quieto!
Sempre quis teu riso com dentes pequenos e olhos de lua minguante!
Você sempre foi assim? Eu nunca percebi!
Talvez foi isso!
É! Foi isso! Isso que me fez te devastar com amor, fazendo você amá-lo.

Meu rico amor, o que eu gosto em você é o fato de que você sempre será igual!
Vai ser quase como se não tivesse acontecido.
Meu rico amor, você vai sempre ficar tão bem guardado!
Vai ser sempre bom de lembrar!
Vai ser doce!
Vai ter gosto de vodca com fanta laranja e cigarros que eu não sabia fumar!
Meu rico amor, você vai sempre ser como era!




Platônico, o melhor de todos


Gosto de amores assim, platônicos!
Eles fazem sofrer de uma forma doce!
E são só meus!
Íntimos!
Quietos!
Calados!
Bobos!
Vermelhos nas bochechas, vermelhos por dentro!
Chegam de mansinho e se vão da mesma maneira!
São gostosos!
Não machucam!
E o melhor de tudo: ninguém pode dizer que eles não foram reais!
Eles fazem o coração viajar em tantas direções!
Pra todos os melhores pensamentos!
São avassaladores!
Fazem confusão!
Nos tornam desajeitados e tímidos!
Confundem as palavras!
São adoráveis! E mesmo quando se vão continuam adoráveis!

Gosto de amores assim, de sentimento de criança!

Strangers



Nós que sempre fomos tão previsíveis, tão íntimos e tão alheios quanto uma espera na fila do supermercado; nós que sempre fomos o que queríamos e o que não queríamos ser, nos desprendemos, nos desgarramos, nos desprendemos, como as folhas das árvores num outono de filme americano.
Nós que sempre tão juntos e risonhos, e pensativos, e falantes, e ansiosos um pelo outro, nos esquecemos, nos desconhecemos, nos desligamos. Nos desligamos como a TV, a música.
 Nós que sempre sabíamos pra onde ir mesmo quando não sabíamos, nos perdemos.
Estranhos!
Somente estranhos, depois de tantas sonhos iguais, só estranhos!
Não há volta e o pior é que sabemos.
Estranhos, pra sempre estranhos!
O mesmo tudo, "acostumável", aceitável e trivial.
Nós ainda somos nós, só que de outra forma. Fria, vazia, esquecida!
Eu, às vezes, estranho de mim mesmo, estranho do passado ainda inerte, tento continuar, mas acabo me vendo só um estranho de nós, que sempre fomos só nós.
Nós, feitos por crianças que estão aprendendo a amarrar os sapatos!

Agradecimento



Pequena, hoje eu não vou falar sobre como andei com  coração partido, ferido, esquecido. Não! Hoje eu vou falar de alegrias. Dessas que você tão gentilmente me permite sentir.
Podem até parecer clichês, ou mesmo ridículas, todas elas e eu até quero que pareçam, pois são as minhas melhores alegrias. Estas que eu havia esquecido por motivos corriqueiros, banais, e que tu, minha querida, as aceita de bom grado e sem nem pedir qualquer coisa em troca. E eu, pelo som da tua risada, sei que me retribui com graça, de graça, sem notar.
Estas minhas alegrias são imensas, por vezes esquecidas, como quando te falo de como fui levado, sapeca, atentando, um menino que viveu de brincar na rua, cheio de amigos, esperto, fugitivo, ladrão de mangas, goiabas e todas as frutas mais que podia pegar dos vizinhos que não as queriam dar. Um menino feliz!
Desses que a maior preocupação que tinha era a de terminar os afazeres escolares pra logo poder compartilhar de sua energia e imaginação com os amigos, igualmente felizes. Cujo a roupa preferida era uma bermuda leve e chinelos de dedo que logo viravam luvas para que a corrida fosse mais rápida e os pés junto à terra. Cujo a melhor comida eram os doces, de todas as cores, sabores e tamanhos.
Eu havia esquecido desse menino, sincero, amigo, despreocupado e tranquilo por dentro.
A minha alegria é poder lembrá-lo e apresentá-lo a ti como a melhor parte de mim.
A minha alegria é te contar bobagens dessa pessoa que sou, de fazer piadas bobas, de poder ser sincero com tudo ao meu redor, de poder compartilhar contigo essas coisas de dentro de mim, de ser egoísta quando te quero só pra mim. Te quero assim, com essa vontade de poder fazer tudo isso e saber que você suporta com muita atenção. Te quero feliz, de qualquer forma feliz!
A minha alegria é saber que mesmo com o dia corrido, uma hora eu vou te procurar e vou te achar.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Tolice, doce tolice!


                                                          
Ela é tola e sabe disso, e nem é no seu íntimo, é assim mesmo, por fora, na pele, praticamente escrito na testa, mas ela nem se dá o trabalho de esconder. Pra quê? É tola e tem certeza de que será sempre assim, porque acredita em muitas coisas. Deseja todas elas, precisa, como uma criança precisa de doces, assim como fossem as melhores coisas do mundo. 
Grita pra si mesma e espalha pra todos os amigos que deixará mão de ser tola, mas nunca consegue. Acho até que gosta de ser assim, isso lhe rende tantas histórias. E ela gosta de tê-las pra contar, porque sente que é viva, não somente funcional, mas viva, pulsante, quente. Adora saber que sua tolice lhe dá contas de não ter medo de se arriscar, de ganhar, de perder, de ser e estar. 
Ela é daquelas que escuta baladas bregas que só passam de um dia pro outro; que espera por ligações, declarações de amor dessas pequenas, particulares; que pensa em formas de fazer e de ser feliz; dessas que gosta de saber que ajuda e, que, nessas horas, sempre vai ter uma palavra bonita pra dizer; dessas dadas pra qualquer sorriso e olhar bonitos e que parecem tão sinceros; dessas que acha que as pessoas complicam muito todas as coisas, principalmente essas do coração. “Não são complicadas!” - diz ela, indignada com esses que tentam ser racionais demais nas questões amorosas.
Tola como um algodão doce! Coloridos! Doces! Com bexigas e confetes!
Tola, indubitavelmente tola, pois acredita nessas coisas bonitas que julga ser amor!